21 de agosto de 2002

Show surpresa do Magic Crayon na festa do selo Volume 1 no Rabo de Saia em 18/08/2002:

Você já tocou com sua banda (supondo que sua banda utilize 2 microfones para vocais) num lugar onde apesar de todo mundo (ou quase) envolvido estar com a maior boa vontade os microfones simplismente não funcionam e apitam e estalam?!? Durante o show todo!!
Você já assistiu a um show onde os caras da banda estão com a maior vontade de fazer o som e estão meio bêbados (um pouco só, vai) e estão putos com as merdas dos microfones que só estalam, apitam e ficam zunindo e falhando do começo ao fim?!?
Então, foi assim.

Ainda bem que o pessoal do Volume 1 é legal pra caramba e o pessoal que estava por lá também. Se não fosse o clima de festa entre amigos a banda teria perdido completamente o controle da coisa toda e seria um caos.

O Lauro, só pra variar, roubou a cena. Eita garoto popular.

A Isabel tentou gravar o show. Levei meu MD e meu microfone.
Passamos o som (os microfones já estavam falhando), testei o MD e tal.
Descontando o fato de alguém ter esbarrado no MD umas 2 ou 3 vezes (provocando gaps na gravação) e também os microfones dos vocais que não funcionaram como deveriam e nosso nervosismo por isso, até que ficou legal, a gravação.
Só que antes da penúltima música o Alberto Ziolli (operador de som, assistente do Bob) veio e me perguntou se eu não queria ligar o MEU microfone na mesa para ver se o vocal ficava audível... Então, as duas últimas, Going Away e uma versão para What Goes On (VU), ficaram de fora da gravação. Claro, Murphy, essas duas últimas foram as melhores do show.

Bom, mesmo com esses "pobremas" todos (ah, deixa eu falar, é, deixa eu falar, puta merda, puta que o pariu, eu nunca, em toda minha vida, odiei com tanta intensidade um estrobo. Puta "luz-pisca-pisca" do inferno!!!!! Eu não conseguia ver nada) ainda teve um pessoal depois do show que veio conversar, dizendo que gostou do som e tal... Yeah.
Foi legal conversar e rir e tocar e esbarrar com pessoas como Fabio (V1), Fernanda (eu quero as fotos!!!!!), Vagner (Concept, valeu pelo presente!), Rose, Bia, Rodrigs, Luiz Jr (aka eLeCtric mainline) e outras. E claro, rever os MCs.
E foi divertido, enfim.

soundtrack: The Velvet Underground











20 de agosto de 2002

Putz, boa notícia!!
Se você leu o (sensacional) zine Esquizofrenia já deve saber que o pessoal do selo Little Pad Recordings está montando um selo especializado, chamado "BR".
Um dos primeiros lançamentos (senão o primeiro) será uma coletânea de bandas indie brasileiras.
E... e...
Entre as bandas escolhidas pelo pessoal lá está o Magic Crayon.
Veremos o que vem por aí então...

soundtrack: Miles Davis' Kind Of Blue

19 de agosto de 2002

Agora é que começo a perceber algo:
O que adianta divulgar (apenas no saguão, numa única pasta) apenas mil nomes "dante causa"???
E os outros?!? Não estão na espera também?!? Por que não estão na lista também?
A lista de espera para o reconhecimento da cidadania italiana do consulado de São Paulo, além de ter sido divulgada com atraso e de uma forma por demais tímida, está incompleta!

soundtrack: The Vines' Highly Evolved

15 de agosto de 2002

...continuação desse post aqui:

Cada interessado tem sua própria motivação para o reconhecimento da cidadania italiana.

Penso eu que a principal motivação para um descendente requerer o reconhecimento da cidadania italiana é resgatar seus laços familiares e culturais, redescobrir sua origem e expandir seus horizontes.



Até março de 2002 cada consulado italiano tinha uma metodologia de atendimento peculiar e independente.

Então foi definido (pela Embaixada Italiana em Brasilia) que os consulados deveriam ter uma metodologia de atendimento padronizada para buscar um atendimento mais preciso e sem tanta burocracia e lentidão (pois sim, o atendimento era muito lento e burocrático, cheio de pré-requisitos "operacionais", esperas sem previsão e exigências intransigentes, o que custava anos e anos aos interessados (descendentes)).



Infelizmente, em SP, por enquanto o atendimento continua lento, mesmo com o roteiro existente desde fevereiro/março de 2002.


Por intermédio de artigo do sr. Vezio Nardini (diretor da revista Oriundi) sabe-se agora o que aconteceu na assembléia do dia 13 de junho de 2002, convocada por 8 membros do Comites (Blazioli, Distante, Ghisio Erba, Giuliano, os dois Laspro, Ruggeri e Scavolini), solicitando a presença do Embaixador, que foi representado pelo Cônsul de SP, para discutir os graves problemas de atendimento e falta de pessoal no Consulado de S. Paulo, com ameaça de promover uma manifestação pública.

Sobre os vários problemas do Consulado, pouco se falou além dos problemas na concessão de cidadania aos “oriundi” (os descendentes). O Cônsul pediu, depois desmentiu, e acabou por dizer (depois negando que disse) que gostaria de ter a colaboração de todos para que os pedidos de cidadania fossem solicitados “concentrandosi su quelli che effettivamente dimostrano un legame effettivo con l´Italia...” (apenas para pessoas que realmente tivessem viva a chama da italianidade, não àquelas que apenas querem um passaporte que lhes permita melhor transito mundo afora). Essa diferenciação, até por não ter critérios objetivos, foi repelida veementemente por diversos Conselheiros, nela vendo o gérmen de corrupção e falcatruas.

Quando lhe foi solicitado dados concretos sobre a situação do Consulado, o Cônsul declarou:

- que dos 40 funcionários, 4 estão dedicados exclusivamente para o setor de novas cidadanias;

- que existem 1.755 processos antigos, que serão todos resolvidos em cerca de 2 meses;

- que o novo processo de inscrição (o roteiro padrão de atendimento), incluindo todos os processos que estavam em gestação nos Patronatos, originou até agora cerca de 3.900 processos que deverão estar concluídos em, no máximo, mais 4 meses.


Ou seja, segundo o sr. cônsul de SP Gianluca Cortese, existiam em junho/02 quase 6000 processos para reconhecimento de cidadania italiana em andamento, 4 funcionários destinados exclusivamente ao andamento desses processos, e o prazo para a conclusão de todos esses processos será de 6 meses, o que resulta em quase 1000 processos concluídos por mês.

Passados dois meses dessa assembléia (esse texto que você lê agora foi atualizado em 14 de agosto/02) deveríamos ter quase 2000 processos de novas cidadanias concluídos, certo? Então, será que alguém pode confirmar isso?

Claro que não, pois nada é divulgado periodicamente, os funcionários do consulado nada informam a respeito e os consulados parecem não se preocupar com a desorientação e as necessidades dos descendentes em busca do reconhecimento de algo que já possuem, a cidadania italiana.

Somente com as listas atualizadas sendo divulgadas periodicamente é que a comunidade vai tomar conhecimento do que está sendo feito, de quantos processos estão sendo concluídos, e do tempo estimado de espera para a conclusão de um processo.



No dia 25 de julho de 2002 o Consulado incluiu em seu site um aviso, sobre a abertura de seleção para contratação de 15 novos funcionários temporários (contrato de 6 meses).

Seria isso uma forma encontrada pelo sr. cônsul para cumprir sua promessa??

Esperamos que sim, claro.



No dia 14 de agosto foi verificada a existência de uma pasta preta no guiche 1 do saguão do Consulado Geral da Italia em Sao Paulo, "Relatorio Dante Causa 0001 - 1000 (30 pags)".

A lista conta com mil nomes de imigrantes (o que deverá gerar dez mil novas cidadanias, em média) em ordem alfabética a partir do sobrenome do imigrante (dante causa, ou seja, o italiano nato que proporciona o reconhecimento da cidadania aos descendentes), ainda indicando o nome do requerente (ou os termos "vari"/"discendenti", para denotar uma ação coletiva/familiar) e a data da chegada do requerimento (a grande maioria dos mil nomes/requerimentos constantes na lista era do final de fevereiro de 2002).

Segundo fontes do próprio consulado a lista foi disponibilizada no início de agosto/2002 e logo será disponibilizada a próxima lista com os nomes dos requerentes dos meses subsequentes, pois já existem mais de oito mil requerimentos enviados ao consulado (informações não oficiais).


Fica visível, assim, que o Consulado começa a demonstrar reação à crescente mobilização e aos apelos diversos por melhor atendimento. O que não impede porém o desaparecimento (ou ao menos a diminuição) das enormes filas e aglomerações no saguão e no portão, de gente solicitando informações, trazendo e requerendo documentos, enfim, buscando atendimento. A média é de mais de 200 pessoas por dia, ou seja, mais de 30 mil por mês!

Por que não atender melhor (com propriedade e transparência) por telefone? Por que não incluir no site formulários e informações personalizadas?
Isso não só diminuiria as filas como também proporcionaria um melhor atendimento aos interessados.



soundtrack: Wilco's Yankee Hotel Foxtrot

13 de agosto de 2002

Olha só o que eu acabei de receber (valeu Márcia!):

"Italy is braced for a mass return of economic migrants as thousands of South Americans of Italian origin have applied for passports in recent months. Millions more could be entitled to do so, the foreign ministry undersecretary Mario Baccini has warned.

He cited the recession as an explanation of why the region was causing concern in a report to the prime minister, Silvio Berlusconi.

...
In Brazil, 25 million people can trace roots back to Italy and 150,000 are currently applying for Italian passports.

A massive influx of economic refugees could severely stretch Italy's public finances, as returning immigrants are entitled to the same social security provisions as other citizens.

One way of stemming the tide is to erect bureaucratic hurdles, ...according to a report in the Rome daily La Repubblica.

"At the [Buenos Aires] consulate they accept 80 personal files a week, 3,000 a year. Someone turning up today will have a first appointment in three years time, in 2005," it reported. There are ways of speeding up the process, however. "Getting an Italian passport, even if you are not entitled to it, can cost up to $15,000 (£11,800)," La Repubblica said."

Leia a palhaçada toda aqui no The Guardian.

Assim que eu conseguir me acalmar eu traduzo e coloco aqui também.

soundtrack: ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead

11 de agosto de 2002

Ontem foi meu primeiro dia de aula de italiano depois das férias. Eu adoraria conhecer alguém que soubesse falar bem italiano e tivesse paciência, para eu poder treinar conversação... hehe.

soundtrack: Beach Boys e Carpenters

3 de agosto de 2002

Hey, você conhece Henry David Thoreau ?




Desde que eu assistí o filme Sociedade dos Poetas Mortos, esse cara me influencia muito.



Thoreau nasceu em 12 de julho de 1817 (de origem escocesa e francesa) em Concord, cidade próxima a Boston no estado de Massachussets, EUA, e lá viveu a maior parte de sua vida.
Foi freqüentemente visto por admiradores, amigos e inimigos como um rebelde marcado por hábitos excêntricos. Nos textos de Thoureau (seus dois escritos mais célebres são "Walden" (1854) e "A Desobediência Civil" (1849)), contudo, esse individualismo rebelde não deve ser entendido em termos de uma postura excêntrica e meramente negadora.
Trata-se antes do individualismo entendido no contexto do movimento literário conhecido como o "Transcendentalismo Romântico" norte-americano, caracterizado não apenas pela ênfase romântica no sentimento individual mais do que na razão, mas principalmente por uma postura política progressiva preocupada com reformas sociais e políticas a serem levadas a cabo a partir do indivíduo e não a partir do grupo social.

A experiência individual descrita em Walden deriva da decisão de Thoureau de viver isoladamente, de 4 de julho de 1945 a 6 de setembro de 1847, em uma cabana construída por ele mesmo às margens do Lago Walden, nas proximidades de Concord.
O que seria visto, para muitos de seus contemporâneos, como nada mais do que a excentricidade de um eremita fugindo do social significaria, para Thoureau, a oportunidade para uma reflexão radical sobre o sentido de viver bem a vida humana em um momento histórico marcado pelos confortos e desconfortos de uma sociedade capitalista em fase de rápida urbanização e industrialização.
É em meio a essa experiência de vida bem equilibrada nos arredores da lagoa de Walden que Thoureau vivencia ainda o episódio de vida pessoal motivador do que é o seu texto mais celebrado: "A Desobediência Civil".
Em uma tarde de 23 ou 24 de Julho de 1846, Thoureau recebe a visita do coletor de impostos e acaba sendo aprisionado quando se recusa a pagar o tributo devido.
Sai da cadeia, no dia seguinte, quando um benfeitor ou benfeitora (provavelmente sua tia Maria) paga a dívida exigida por lei.
Explicitar as razões que o levaram a não pagar impostos é o problema central tratado no ensaio.
Para Thoureau, pagar os impostos seria um ato imoral porque significaria contribuir com um governo que patrocinava empreitadas injustas e desumanas como o projeto escravocrata e a guerra imperialista contra o México.
Nesse contexto, como Thoureau argumenta em seu ensaio, uma minoria correta formada por uma só pessoa já é uma maioria moral, e se o Estado e o consenso majoritário decidem julgar como fora-da-lei e colocar na cadeia essa minoria moral e correta, então é justamente a cadeia que se torna o lugar adequado para os homens honestos.
Na antiga Grécia, por exemplo, a crença em uma ética individual alternativa não impediu Sócrates de submeter-se ao julgamento do Estado que o condenaria não, como no caso de Thoureau, a uma noite na cadeia, mas à morte por envenenamento.
E o líder nacionalista indiano, Mahatma Gandhi, tendo lido o texto de Thoureau em uma cadeia em Pretória, reconheceu a sua importância para o desenvolvimento de suas próprias idéias e da prática revolucionária conhecida como "resistência passiva".

Escritor de textos hoje considerados clássicos, Thoureau não obteve de seus contemporâneos o reconhecimento devido, seria entendido por muitos de seus contemporâneos mais como idealizador de vadiagem e fuga ao trabalho do que como defensor de um estilo de bem viver; e a proposta de desobediência civil mais como a irresponsabilidade egocêntrica de alguém que quer separar-se do Estado do que como contribuição para o bem público e social. Seus livros e escritos tiveram parca repercussão: conseguiu publicar, em vida, apenas dois livros (Walden, em 1854; Uma Semana nos rios Concord e Merrimack, em 1849).
Em oito anos, os editores conseguiram vender apenas duas mil cópias de Walden, e de Uma Semana nos Rios foram vendidas duzentas cópias.
As cópias restantes foram devolvidas ao autor, o que o levou a registrar em seu diário que "já tinha em sua biblioteca cerca de novecentos volumes", tendo ele mesmo "escrito a maior parte deles".

A posteridade faria melhor julgamento do rebelde norte-americano: seus textos são hoje mais lidos e conhecidos do que os de seu mestre, Ralph Waldo Emerson, considerado o fundador do Movimento Transcendentalista.
E a "A Desobediência Civil", longe de ter sua importância reconhecida apenas por Gandhi e Martin Luther King, Jr, continua não apenas a ser lido e traduzido, mas também lembrado freqüentemente cada vez que se repetem formas de lutas contra o poder estabelecido, como é o caso dos "sit-ins" (protestos de ocupação em que manifestantes ocupam um local público e se recusam a sair), dos "teach-ins"(assembléias universitárias para a discussão de temas polêmicos), das manifestações e passeatas de protesto, dos movimentos pelas liberdades civis, e das greves de qualquer natureza.

Thoreau morreu de tuberculose em 6 de maio de 1862, em Concord, Massachusetts.

(texto adaptado de http://www.ufrgs.br/cdrom/thoreau)



Seus textos e sua vida demonstram que você só precisa ser você mesmo. E ser feliz por isso. Uma eterna busca por conhecimento e sensações aliada a uma vontade de apreciar o que de bom está a nossa volta em forma de "preguiça comtemplativa".
Yeah.

Alguns links para pesquisa:
:: Instituto Henry David Thoreau [>]
:: The Thoreau Institute at Walden Woods [>]
:: Thoreau Related Sites [>]
:: Henry David Thoreau (1817-1862) [>]

soundtrack: Grandaddy, Zanin, Dinosaur Jr e American Analog Set


2 de agosto de 2002

12.5 %

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soundtrack: Interpol
Putz, só agora comecei a pegar "as manha" com o Soul Seek...
Agora sim, algo que, mesmo inferior ao Audiogalaxy, pode me abastecer de boa música "de grátis" (ou quase), novamente.

soundtrack: Lou Reed's Transformer